2.03.2015

Jingles na Publicidade e Propaganda


Neste réveillon de 2015, estive no Rio e me deparei com uma ação que, inicialmente, achei bem legal: um jingle de protetor solar em plena praia de Copacabana. Jingles, essas musiquinhas que as empresas fazem sobre algum produto ou serviço, são criados para virar chiclete na mente do consumidor. Quem não lembra do famoso — e para mim o melhor — do Guaraná Antarctica, de 1991? “Pipoca na panela, começa a arrebentar. Pipoca com sal que sede que dá...” (relembre aqui). Ele permanece até hoje em nossas cabeças. Eu mesmo, quando penso em pipoca, já penso no tal guaraná bem gelado.

Outros jingles também fizeram história, como o do Danoninho, do Leite Parmalat, do Lápis de Cor Faber Castell, e do Big Mac. Quando os comerciais utilizam essa ferramenta, têm grande possibilidade de ficarem marcados e, facilmente, cantamos inconscientemente ou lembraremos assim que alguém o fizer. Mas, como tudo no mundo da publicidade e propaganda, pode ser a ideia do século, ou um tiro de canhão no pé.


O fato é que, enquanto estávamos na escaldante areia, abaixo de um sol de 50ºC de sensação térmica, o tal jingle do Protetor Sundown começou a tocar. Naquele momento, a “música” parecia até relaxante e confesso que no início nem percebi que era um comercial. Esse jingle deve ter repetido insistentemente por umas 437 vezes. Ninguém da praia aguentava mais ouvir a maldita “musiquinha” e quando eles desligaram o som, foi um aplauso coletivo, de ponta a ponta, e claro... um alívio para quem estava ali.

Depois, procurei sobre a ação e li que a marca era patrocinadora do “Rio Réveillon” — evento que comemorava os 450 anos do Rio — e chegou à praia com diversas ações para divulgar a sua nova fórmula. Entre as ações, 160 pipas coloriram o céu com mensagens para o ano novo, balões foram soltos à meia-noite, amostras distribuídas e o produto vendido na praia.

Achei bacana toda a ação, no entanto, não foram muito felizes com a repetição cansativa. Embora tenha gente que ache válido, se a marca ficar na cabeça do usuário. Prefiro que a aceitação seja a melhor possível. Hoje em dia, é muito comum o Branded Content (como nossa querida Bia falou neste post) que é a produção de conteúdo da marca em benefício do consumidor. Assim, eles poderiam ter feito um programa de rádio, colocar músicas nos intervalos, ou qualquer coisa do gênero para não causar rejeição.

PAULO Matos Jr
Coordenador de criação na LB Comunica,
rato de academia e baladeiro de plantão

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