Quando tinha mais ou menos 12 anos, ganhei o meu primeiro computador. Era um ‘Frankenstein’ montado graças à habilidade de um vizinho que trabalhava com informática. Logo depois, foi uma surpresa quando acessei a internet pela primeira vez, lá pelos idos de 1995, ainda com CDs de discador e conexão com linha telefônica (ah! como era ‘gostoso’ esperar chegar à meia-noite para acessar a internet contando apenas um pulso telefônico). Talvez a minha geração tenha sido a primeira de crianças a dormir tarde todos os dias, porque “tudo” acontecia de madrugada. De lá para cá, passei por todas as grandes febres: bate-papo do UOL, fóruns, ICQ, MSN, Orkut, etc.
Hoje, meu ímpeto na web se limita somente à utilização do Facebook, Twitter e Youtube. E só! Meus conhecimentos de redes sociais se restringem a essas três, sendo que as duas primeiras utilizo para conversar com os amigos e destilar minhas opiniões aleatórias sobre assuntos do mundo contemporâneo. Já a última, uso para ouvir música, como neste exato momento, por sinal, quando toca Moth into Flame, a nova do Metallica.
De 1995 até hoje tudo mudou, e não só na conexão ou tecnologia, e cheguei à conclusão de que eu não sei absolutamente nada sobre o que está acontecendo na internet da geração Y e com seus maiores influenciadores digitais. Aliás, até mesmo a expressão ‘influenciadores digitais’, propagada aos montes e tão em moda, me soa esquisita.
Whindersson Nunes, Leon e Nilce, Luba, Leo Stronda, Rayza Nicácio, entre outros, são nomes completamente estranhos para este que vos escreve. Talvez não seja para você.
Estes youtubers fazem parte da lista das 20 personalidades mais influentes da internet no Brasil, segundo a pesquisa da Provokers encomendada pelo Google e Meio & Mensagem, rivalizando com nomes consagrados da televisão, como Luciano Huck, Danilo Gentili, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Tatá Werneck, Juliana Paes, Cléo Pires, etc. O que dá a exata noção da proporção que a internet tem no público mais jovem.
Mas o fato é que o mundo youtuber é algo ainda totalmente obscuro na minha cabeça. Não sei se por preguiça ou por não pertencer à geração Y e a sua sanha de compartilhar o “seu mundo” com o “mundo exterior”, esses canais não me apetecem a ponto de acompanhá-los ávido por vídeos diários, semanais, quinzenais ou mensais. É uma onda que ainda não surfei, mas que não descarto dropar qualquer dia desses. Afinal, basta um estímulo.
O importante é que a revolução está acontecendo diante de nossos olhos, e cabe somente a nós usarmos da melhor forma possível. A migração da TV para a internet como fonte de informação e entretenimento é algo extremamente natural – o Netflix esta aí para não nos deixar mentir. Pois é na web que encontramos nossos pares, sejam eles por coincidência de gostos, opiniões ou aptidões, mesmo que estes estejam do outro lado do mundo,
Nesta confusão de informações, a única conclusão possível que consigo chegar é: se eu não acompanho nada do mundo youtuber, talvez seja porque ainda não tenha encontrado o meu ‘par youtuber’ na atual web; talvez porque ele ainda não exista; talvez porque seja uma oportunidade única para criar um canal com meus gostos, opiniões e aptidões e ser par de alguns usuários na rede. Talvez, talvez...
MARCOS Vargas Assessor de imprensa na LB Comunica rockeiro e palmeirense, fã de livros biográficos e sobre política |