Dia sim, outro também, a cobertura jornalística acaba em memes. Pode ser o assunto mais delicado, mais espinhoso, mas a discussão em algum momento vai ser desviada para uma série de brincadeiras nas redes sociais. GIFs, montagens, frases engraçadas, tudo é gerado a partir de um fato e em determinado momento a internet já não vai mais saber como lidar.
Da derrota de um time de futebol, passando pela excentricidade de alguma celebridade até chegar à prisão de políticos, os veículos de comunicação estão lá para relatar os acontecimentos, mas de prontidão para saber as zoeiras que estão rolando na internet. A dinâmica é tão acelerada que os memes começam a ser fabricados enquanto os fatos ainda estão sendo apurados.
Pode acontecer, por exemplo, o efeito contrário. Alguma ação de um anônimo coloca as redes sociais em polvorosa, viraliza e em pouco tempo o assunto estará nos principais portais brasileiros.
Parece que hoje a maior especialidade do brasileiro é a produção de memes. O envolvimento é tão grande que não vai ser surpresa se em pouco tempo os principais veículos criarem uma editoria só para as brincadeiras.
Vejam só, pegando o exemplo do Jornal Nacional. A mais tradicional publicação brasileira e de uma das maiores audiências da TV fez recentemente a cobertura da eleição presidencial nos EUA. A vitória de Donald Trump foi seguida de análises, repercussão dos principais líderes mundiais, expectativas do mercado e... claro, de memes.
A imprensa já entendeu que não pode ficar de fora de um tema que rende tanto. Não sei até que ponto isso mexe com os trabalhos das agências de comunicação. Chegará algum dia em que iremos enviar à imprensa um release com memes? Se é que isso já não está sendo feito. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
LUCAS Andrade Assessor de Imprensa na LB Comunica Lucas veio de Londrina, tem um blog de viagens e já leu mais de seis vezes o livro "A Sangue Frio". |