Tive a oportunidade de fazer um curso bem bacana dirigido
àqueles “escritores de gaveta”, que passam muito tempo – uma vida, às vezes –
escrevendo prosa, poesia, aventuras, peripécias, e deixando tudo guardado, sem
publicar, até mesmo sem mostrar para ninguém.
Participaram pessoas de várias idades e diferentes estilos:
uma no meio de um romance, outra com um blog sobre aspectos da maternidade e
bastante interação das leitoras, um com textos que mesclavam a vivência
profissional com a busca de algo mais espiritual, uma senhora com mais de 50
anos de experiência em lindas histórias, todas engavetadas.
Eu curto crônicas desde a adolescência, motivada pelas
leituras da escola, por histórias curtas,
inteligentes, pontuadas de humor por grandes autores com poder de síntese.
Segui no curso por esse caminho, produzindo textos sobre alguns tipos de
profissões que chamam minha atenção, pelo linguajar, pela conduta diante de
seus clientes, entre outros aspectos.
Uma boa comunicação pode evitar muitos conflitos, dos
domésticos a uma guerra! Então é preciso saber
passar sua mensagem, ouvir, falar e escrever. Por isso, acredito que, mesmo que
você não tenha aquele desejo de ver seu nome na capa de um livro, estar em uma
sessão de autógrafos, ter suas ideias publicadas, é essencial cuidar da sua
comunicação, fundamental nas relações familiares e profissionais.
Algumas dicas para escrever melhor, coletadas em muitas
leituras por aí e no curso para os escritores tirarem suas palavras da gaveta:
1. Leia muito e sempre – romances, crônicas,
contos, poesias, um pequeno texto de uma revista quando não há tempo de
mergulhar em um livro;
2. Escreva regularmente, com disciplina – já
escrevemos muito em nosso dia-a-dia, de mensagens no celular a e-mails, de
listas de tarefas a relatórios no trabalho, e cada um pode ser considerado um
exercício para escrever cada vez melhor, de forma mais simpática, coerente,
envolvente. Mas, se quiser ser um escritor, é preciso estabelecer regras,
escrever todo dia;
3. Não tenha dó de jogar fora – eu tenho, na
verdade, então interpretei essa regra de uma forma que me deixa confortável.
Meu método é traçar uma linha e colocar abaixo dela tudo o que vou desprezar –
pelo menos naquele momento, mas sempre guardo e fico pensando se poderei usar em
outra ocasião;
4. Releia – veja se o texto lhe agrada, se sua
história (se for o caso) está “levando o leitor pela mão”, se não passaram
erros de digitação ou de gramática. Reler é importante até em um e-mail de duas
linhas, porque receber uma mensagem com erro só pode atrapalhar a relação,
nunca ajudar;
5. Mostre o que escreveu para uma pessoa de sua
confiança, para que faça uma segunda leitura, e esteja pronto para fazer
ajustes ou correções para o texto ficar melhor. Se ela não entendeu sua
mensagem, é possível que muitas outras também não entendam;
6. Se tiver tempo, “durma sobre o texto”, releia no
dia seguinte e altere o que achar necessário, antes de entregar.
Interprete e use da forma que achar melhor! Divirta-se!
ADRIANA Gordon
Coordenadora de redação da LB Comunica, advogada e mãe em tempo integral | |