6.02.2014

O feitiço virou contra o feiticeiro

Eu me lembro de que há seis meses uma grande rede de fast food elaborou uma interessante ação nas mídias sociais, que inclusive foi tema do lblog, escrito por mim mesmo. Vamos ao caso!

O Burger King da Noruega resolveu chutar o pau da barraca e falou para os seus fãs no Facebook: “É o seguinte negada, aqui a gente só quer ser amigo de quem é realmente nosso fã. Queremos aqueles que vão ser nossos companheiros, vão conversar com a gente, dar “joinhas” adoidado. E tem mais: se você não é um desses caras, nós até te pagamos um BigMac, mas você será banido para sempre da nossa página. E aí, quem topa?”.


O resultado foi estrondoso: 30 mil pessoas vazaram da página para se deleitar com o hambúrguer do concorrente. Legal, restaram então oito mil fãs de verdade, que amam o BK, que fariam de tudo por um lanche da rede. Pera aí, será mesmo? Qual será que foi o real resultado de todo esse alarde?

Voltamos então seis meses depois à página do BK Noruega. Atualmente eles contam com mais de 11 mil fãs, ou seja, durante esse período eles ganharam cerca de três mil curtidas. Ok, nada demais para a página de uma famosa rede. Partimos então para a análise do engajamento. Hoje os posts recebem em média 30 a 40 curtidas, o que não representa um número tão expressivo de engajamento. Além disso, os comentários variam entre quatro e oito, bem baixo.

Há um estudo, publicado pela Mashable, afirmando que apenas 6% dos fãs realmente se engajam nas páginas das marcas. No caso do BK Noruega, esse valor é bem menor. Ok, e cá estou eu pensando (vejam se concordam comigo): quando o Burger King resolveu promover essa ação, e ainda tinha 38 mil fãs, pelo menos 30 mil fãs (79% do público) realmente se engajaram. Mesmo que de forma negativa, eles foram impactados pela mensagem e deram o “deslike” na página, ou seja, definitivamente se movimentaram depois de serem impactados pela ação.

Agora eu reflito, a ação ficou realmente acima da média, já que ultrapassou os 6% de engajamento mencionado no estudo, né? Sendo assim, chego à conclusão de que o que realmente importa é o conteúdo. Se for bem trabalhado, com algo inovador, que chame atenção da galera, algum engajamento será notado.

Se você tem 500 mil fãs, 30 mil fãs, 8 mil superfãs, e não tiver um conteúdo chamativo e instigador, não terá sucesso algum. Eu até concordo que o BK Noruega usou um tom um tanto quanto ofensivo, mas de fato piscou a luz vermelha na cabeça dos internautas. E o que vale mais, falar bonitinho e sair publicando homenagens às datas convencionais ou chutar o pau da barraca com algo diferente e atrativo?

GUILHERME Azevedo
Assistente de Criação da LB Comunica,
violonista de 7 cordas, sambista e palmeirense

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