1.23.2019

A corrida pelo pódio da mídia


Fama, glamour, poder... Calma, não é para tanto. Mas estar na imprensa deve fazer parte de um plano de comunicação, um projeto estratégico para atingir os públicos desejados — e fazer isso da melhor forma, de uma maneira qualificada. A boa divulgação na imprensa confere credibilidade, constrói ou fortalece a imagem de uma pessoa ou empresa. Com isso, pode levar a outros ganhos, como tornar o porta-voz referência em sua área de expertise, proporcionar prestígio e até, indiretamente, refletir na obtenção de novos negócios.

Iniciado o trabalho de assessoria de imprensa, com todas as suas etapas, da imersão na cultura da empresa ou pessoa até o levantamento de assuntos que poderão ser de interesse da mídia, da compreensão da mensagem a se passar à redação de pautas, chega a hora do contato com o jornalista.

Em assessoria de imprensa costumamos dizer que trabalhamos com mídia espontânea, ou seja, aquela que publica apenas quando tem interesse pelo assunto, para diferenciar da mídia paga. Mas a palavra “espontânea” poderia ser substituída por “provocada”, já que envolve muito suor na relação entre o assessor e o jornalista do veículo onde se quer aparecer. 

O relacionamento entre essas duas partes é de confiança, algo construído por bons profissionais. Enquanto o assessor precisa atender seu cliente, transformando suas mensagens em algo claro e relevante a seu público-alvo, o jornalista busca conteúdo interessante para seu leitor. E isso nas condições que recebe do veículo — geralmente com limitação de espaço, com exigências sobre a qualidade da imagem/foto que acompanha e... prazo.

O assessor, representando seu cliente, tem de seguir todos esses itens para atuar de uma forma colaborativa com a imprensa. Assim, muitas vezes precisa pedir a ele que aumente ou diminua um artigo — ou fazer isso por ele, quando já existe essa abertura —, deve buscar a foto até que atenda às exigências do jornal (ou de outro meio de comunicação), o que nem sempre é algo que se resolve rapidamente. E, talvez o mais frequente, deve intermediar para “casar” as agendas, para que a “fonte” atenda o jornalista no momento em que ele precisa, muitas vezes pressionado por seu editor para que nada atrase.

Obedecidas essas condições, feita a entrevista ou aceito o artigo, chega o momento (ou longo momento) de controlar a ansiedade quanto ao resultado de imprensa, já que, geralmente, o assessor não recebe previsão de data para publicação. 

Não é fácil a competição para aparecer na mídia. Já escrevi textos úteis sobre imposto de renda, por exemplo, e competi em grandes portais com notícias, vamos dizer, menos úteis. Em algumas vezes, perdi... E sofri ao ler naquele almejado espaço algo sobre o animal de estimação passeando na praia com uma artista ou com um texto contando como foi o ano de outra.

Por isso, cada resultado de imprensa deve ser comemorado. Por outro lado, se depois de todo esse trabalho se perde uma oportunidade de sair em um veículo relevante por não poder cumprir quaisquer dessas condições do veículo, surge uma questão bastante séria de falha com o colega jornalista, que estava contando com aquele conteúdo. Isso deve ser analisado e evitado a todo custo, porque pode prejudicar a relação entre o assessor e o jornalista, tão cuidada, construída com base na confiança, e que pode causar prejuízo também a outros clientes da assessoria. Pode fechar portas que demoraram a ser abertas.

Em resumo: aquele que atende às solicitações do jornalista, no prazo, dentro das especificações do veículo, e faz isso da melhor forma (por exemplo, se explica de maneira clara um assunto difícil), sai na frente. Sobe no pódio dessa corrida diária por um lugar de destaque na mídia.


ADRIANA Gordon
Coordenadora de redação da LB Comunica,
Advogada e mãe em tempo integral

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