10.25.2013

Papo cabeça – o uso das gírias em nossas vidas

― Véio, rola uma grana?
― Onde você pensa que vai? Não vai trabalhar hoje?
― Hoje não tem trampo, vô dá um rolê com uns truta.
― Seu primo vai?
― Você tá me zoando! Vô trollar esse cara! Vô é sair com uma galera sangue bom.
― Ah, minha patota é que era supimpa! A gente botava pra quebrar!

É, a comunicação mudou muito com o advento da internet, com a popularização das redes sociais. As pessoas podem até escrever mais hoje, com o intenso uso das mensagens via e-mail, do Twitter, do Facebook. Mas o antigo hábito de escrever cartas, cultivado por poucos atualmente, deixou uma certa dose de saudosismo. O cuidado na escolha das palavras, a escrita sem abreviações, a dedicação de um tempo maior, tudo conspirava para tornar melhor o resultado final do que a escrita apressada que vemos neste momento, em geral.


Ontem e hoje, entretanto, as gírias marcam presença, seja dentro de uma mesma categoria profissional, como um jargão, ou como identidade para um grupo. Na comunicação escrita, elas não são bem-vistas, salvo se houver um contexto que permita a utilização, como uma crônica que mostre o diálogo entre pai e filho. 

Na oral, por outro lado, o uso de gírias é frequentemente admitido, respeitando-se ocasiões mais formais – de entrevista de emprego a conversas com pessoas de outras gerações, sob o risco de não ser entendido.

E se, na comunicação, o objetivo primordial é se fazer entender, temos de ter cuidado: lembrar um pouco do passado para nos inspirar a falar mais e melhor, para transmitir nossa mensagem.

ADRIANA Gordon
Coordenadora de redação da LB Comunica,
advogada e mãe em tempo integral

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