10.23.2013

Problemas com comerciais? Chame o Netflix!


Há muito tempo atrás, em um município muito, muito distante... eu já ouvia diversas pessoas reclamando que os comerciais opressores interrompiam seu tão aguardado filme da Tela Quente. A única pessoa que eu lembro que dizia gostar dos comerciais era minha mãe - talvez eu tenha herdado dela o gosto por propaganda, mesmo não fazendo ideia, naquela época, do que era isso. Mas hoje os tempos são outros e nós temos várias formas de assistir aos nossos programas favoritos sem a intromissão dos comerciais feios, bobos e chatos! Ei, peraí! Isso seria um problema para mim?

Já falei aqui de como as ferramentas da internet podem ser consideradas os cavaleiros do apocalipse da TV convencional, e como o Netflix, serviço de conteúdo audiovisual via streaming, tem crescido mais a cada dia! Trazendo para nós os novos e antigos seriados favoritos, entre seus próprios seriados multipremiados, filmes e desenhos animados sem nada daquela galera alegrinha de comercias de creme dental ou dos farofeiros dos comerciais de cerveja nos enchendo o saco ou, melhor ainda, sem os frames da Jequiti e das novelas do SBT que o Silvio Santos decidiu colocar no meio da programação:



Sim Chaves, foi proposital colocar isso aí! Foi de mal gosto e, se for para seguir alternativas pobres de pensamento e enervantes como essa, por mais que me doa, eu tenho que dizer que o casamento entre programação de entretenimento e propaganda tem que acabar ou poderia passar por uma bela terapia de casal e evoluir, deixar de ser apenas uma massa macia de um lado e um recheio doce do outro para ser um perfeito bem casado de ideias e oportunidades.

Um dia desses, enquanto zapeava pelo You Tube, me deparei com uma propaganda questionando meu livre-arbítrio, como acontece com muitos de nós nesses tempos modernos. Meu dedo indicador direito já estava a postos para dar o comando ao mouse assim que me fosse permitido pular o reclame mas, para minha surpresa, surgiu um rosto amigo dizendo “Ei, peraí, peraí! Não pula não! Sou eu!”. Era o ator Luis Lobianco. Ele estava sentado no sofá de casa vendo TV e quando me viu por ali quis dizer uma coisa. E, como um bom fã, é claro que eu queria saber o que ele tinha a dizer. Não ligou o nome à pessoa? Assista o vídeo abaixo, mas depois de ver volta pra cá que eu ainda não terminei!



Em um dado momento do vídeo, o cara pede para que eu o ajude a decidir se ele deve adquirir o produto citado ou não, e é óbvio que eu queria saber o que ia acontecer nos dois casos! Assisti a todos os vídeos e mais de uma vez! Estava muito interessado nas desventuras cotidianas do sujeito. E, pelos comentários que li no site, mais pessoas também estavam.

Storytelling me fascina. E é uma baita arma para fazer sua mensagem grudar na cabeça de todo mundo. Lembra do cara que perdeu o amor na balada? A carga emocional sempre favorece a disseminação da ideia. Aquele bom e velho sentimento de empatia, do qual eu já falei antes, que a marca consegue construir conosco é significativo na hora de decidir o que entra no carrinho do supermercado e até mesmo qual será o supermercado escolhido.

Isso tudo me deixa curioso em saber o quão criativo pode ser o futuro da propaganda audiovisual. Eu imagino web series: se fizer errado, fica forçado e terrivelmente chato; se fizer certo, fica maneiro e enriquecedor! Imagine marcas produzindo entretenimento comercial?! Conseguem imaginar isso? Muito além do product placement, muito além da propaganda que nos fisga em um momento de surpresa, eu vejo sim a possibilidade desse tipo de conteúdo ser desejado e procurado. Vejo a possibilidade do público ficar clicando freneticamente no F5 dentro do canal da marca ” X”, esperando o novo episódio da campanha que tá rolando!

Cara, isso seria maneiro. Independente do quão caro ou barato poderia ser, quanto trabalho e tempo algo desse tipo exigiria para ser feito, com essa onda toda de series e filmes no Netflix, sem interferência de reclames, eu vejo sim a chance  de um seriado da marca ” X” ou um curta da marca “ Y” emplacar na programação, afinal, o Naufrago (Cast Away, EUA , 2000) entre outras coisas é uma história de um funcionário da FedEx. Quando penso no filme as três primeiras coisas que me veem a mente são: 1º - Wilson (que eu não vejo mais como produto e sim como um personagem bem na dele, então não entra no exemplo); 2º - FedEx e 3º - Tom Hanks. Ou seja, deu certo FedEx!

Eu já vi muitos comerciais de TV horríveis que me fizeram, realmente, odiar a emissora por ter vendido aquele horário no meio da programação para exibi-los, mas também já vi uma porção de coisas maneiras que me inspiram a trabalhar cada vez mais em busca de resultados que possam iluminar mentes da mesma forma. E, como um bom publicitário, sempre tento ver todo problema como uma oportunidade. Portanto, não acho que os comerciais não tem lugar no futuro, penso que é a hora de investir em maneiras mais inteligentes e mais respeitosas para com o público, a fim de encontrar ainda mais resultado no fim do investimento.

MARCELO Rodrigues
Assistente de criação na LB Comunica
e apaixonado por games, HQs, filmes e seriados

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