(Uhuuuuuuul! Aaaaaaaaaah! Êêêêêêêêêê!)
A mesa toca o sino e começa o primeiro round do Debatendo Comunica... opa! Peraí, minha gente! Que violência é essa? Talvez seja melhor acalmar os ânimos e explicar.
Há alguns meses, conversando sobre coisas supérfluas aqui na agência, percebemos a diversidade de gostos e pensamentos entre os nossos queridos colaboradores. Alguns deles são favoráveis a determinados tipos de manifestações culturais, outros são contrários. Alguns acreditam em determinados autores, outros não querem nem ouvir falar em suas obras. E quando o assunto é comunicação, vixe, sai de baixo!
Por essas e outras, pensando em adicionar um pouquinho de ação ao lblog, resolvemos criar o Debatendo Comunicação! Basicamente nossa proposta é colocar dois de nossos experts frente a frente, a fim de argumentar sobre assuntos polêmicos sobre o universo da comunicação. Com certeza teremos boas trocas de ideias e quem sairá vencedor são vocês!
E, para estrear a primeira edição do Debatendo Comunicação, convidamos Bianca Franzini, Atendimento e Planejamento, e Camila Borges, Redação e Assessoria de Imprensa, que debaterão sobre o tema “você acredita no fim da televisão?”.
Sente, fique à vontade, leia e (o mais importante) opine. A casa é de vocês e boa leitura!
E a TV, como fica?, por Bianca Franzini
A TV é uma das mídias mais influentes que temos até hoje e não é à toa que os investimentos nesse meio são altíssimos, uma vez que ele é capaz de atingir um volume imenso de pessoas e ainda é uma das mídias que traz mais credibilidade ao público. Perfeito. Tudo verdade. Porém, há quem diga que os dias de glória da telinha estão aos poucos acabando e, francamente, não discordo completamente desse pensamento.
Assim como houve uma grande discussão quando os sites de notícias começaram a ganhar mais peso e espaço na mídia, colocando “em risco” as revistas e jornais impressos, hoje se discute o futuro da TV.
Aproveitando o gancho, de fato, as bancas não fecharam. A sua avó continua indo buscar o jornal e o pão quentinho nas manhãs de domingo, mas é fato que o número de revistas publicadas tem diminuído cada vez mais, e a busca da maioria dos jovens pelos veículos impressos tendo acesso ao mesmo conteúdo na internet e até mesmo em smartphones, diminuiu muito. Isso sem falar dos jornais que se extinguiram (como o Jornal da Tarde), das demissões de funcionários de veículos de grande porte como a Folha, da qualidade de impressão que foi piorou, entre inúmeros outros fatos que comprovam essa transformação.
Há quem diga que isso tudo na verdade foi apenas uma mudança de hábito, o que gerou uma segmentação de público e, atualmente, existem aqueles que se adaptaram com as leituras mais dinâmicas on-line e também existe a outra parcela que prefere e valoriza mais o veículo impresso, tangível.
A grande questão é que a internet disponibiliza grande parte dos mesmos conteúdos que a TV atualmente transmite, porém, na hora e no local que quisermos (e muitas vezes de forma ainda mais rápida e dinâmica do que a TV, se tratando de notícias, por exemplo). Muita gente ainda faz de tudo para não perder a cena que revela quem é o pai do bebê na novela, mas, se o pneu do carro furar ou você chegar atrasado porque precisava terminar um relatório do trabalho, não tem crise! Muito em breve poderá assistir a mesma cena na internet. Houve até mesmo o lançamento do Gshow, novo portal da Globo, que disponibiliza os conteúdo transmitidos na TV para quem não pode acompanhar no momento da exibição dos programas.
Isso sem falar dos conteúdos exclusivos, do Netflix, do Youtube, dos sites de filmes e séries, entre tantas outras opções. E o olhar dos investidores para esse cenário só comprova ainda mais essa tendência. O Porta dos Fundos é um ótimo exemplo, que com um pouco mais de um ano de vida, já virou o canal brasileiro na internet a atingir mais rapidamente um milhão de inscritos, é mole?!
E, além de tudo isso, já existe hoje muitos programas que utilizam outras ferramentas para interagir com o público, como as hashtags, por exemplo, substituindo o antigo método de ligar para o programa e participar ao vivo, pelas votações na internet.
É absurdo pensar que daqui a três ou cinco anos ninguém mais terá uma TV em casa, e quero deixar bem claro que não acredito nisso. Porém, é fato que o público está passando novamente por uma mudança de hábitos, e que muito provavelmente haverá essa ‘divisão’ de targets entre esses dois meios de comunicação (se é que já não existe). Mas o que penso é que a TV, como conhecemos hoje, um dia (num futuro tão, tão distante) pode sim vir a perder o posto para a internet.
É importante ressaltar que as novas formas de interagir e estar cada vez mais conectado com outros meios para sobreviver irá acontecer aos poucos e primeiramente nos países de primeiro mundo.
E, reforçando o que disse logo no início do debate, hoje a TV é sem dúvida alguma um dos meios mais influentes que existe e não afirmo que, na minha humilde opinião, esteja com os dias contatos, mas, ao menos com o futuro um tanto incerto.
Cada um no seu quadrado!, por Camila Borges
Foi-me pedido para discorrer sobre a batalha entre internet e televisão para este blog. Já começo deixando claro que isto é uma visão pessoal (pautada em alguns estudos!), mas que reflete o que penso, sendo assim, estejam à vontade para discordar!
A mim ficou encarregada a missão de falar que a televisão não vai desaparecer em prol da internet. E neste momento, caro leitor, você deve pensar: “Ela fala isso porque não acompanha os canais do Youtube ou consome o conteúdo de internet”.
Mero engano!
Sou uma aficionada por Youtube, Vimeo e, provavelmente, o que surgir de novo. Sou leitora assídua de blogs, portais de notícias e redes sociais e sei do poder de comunicação e disseminação de informação destes canais.
Entretanto, sempre que algo novo surge já se espera que seu antecessor seja desativado.
Para exemplificar um pouco melhor, voltando um pouco no tempo, temos na década de 50 o advento da Tv no Brasil com a criação da Tv Tupi e a chegada dos primeiros aparelhos ao país, importados por Assis Chateaubriand. Nesta mesma época, dizia-se que o rádio perderia o seu lugar e sua importância. Bom, não sei vocês, mas mais de meio século depois, eu escuto o rádio e sua vasta programação.
O que quero dizer com tudo isso é simples: ambos são veículos de comunicação, porém o advento de um não significa a extinção de outro, haja vista suas inúmeras diferenças.
Para que a televisão seja superada pela internet é preciso que a população tenha acesso à rede. Porém, segundo o Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC), em 2012, apenas 40% dos domicílios brasileiros possuíam acesso à internet. E mais, de acordo com Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE), a maior parte dos usuários de internet nos país pertence às classes sociais A e B, concentrados, principalmente, na região Sudeste. Em contrapartida, segundo o Censo 2010, 95,1% dos domicílios brasileiros possuem aparelho televiso.
Essas pesquisas comprovam que, a nível nacional, a internet não é um serviço democrático, e ainda tem o problema financeiro, pois pagamos por uma banda larga cara e de má qualidade. Em um país que ainda sofre com problemas básicos sociais, tais como acesso à energia elétrica e saneamento básico, é impensável incluir esse gasto como um fixo na vida do brasileiro.
Antes de pensarmos em substituição de veículos, temos que primar pela educação e criar programas de inclusão digitais mais eficientes, principalmente fora da região Sudeste, onde o acesso à conexão é mais difícil. Além disso, há de se respeitar cada veículo de acordo com suas ferramentas. A internet possui como principal característica o fato de ser democrática e aberta, todo internauta pode opinar sobre o conteúdo que consome e interagir diretamente com quem publica a informação. Esse diferencial é o que atrai cada vez mais usuários, haja vista a facilidade de comunicação e compartilhamento de conteúdo.
Porém, a televisão ainda é (e, provavelmente, por muitos anos será!) o principal veículo de comunicação do país, com uma programação (na TV aberta) que entretêm todas as classes sociais e não requer conhecimentos prévios para utilizá-la.
A mesma informação nunca vai ser passada da mesma forma pela internet, televisão ou rádio. Cabe a cada indivíduo escolher o veículo que mais lhe atraia. A internet não vem para substituir, mas se apresenta como uma nova opção de entretenimento e informação, desta forma, cabe à mídia tradicional se reinventar e enfrentar a “nova” concorrência, sem deixar de existir.
Fontes:
http://gshow.globo.com/
http://www.portadosfundos.com.br/
http://www.gazetadopovo.com.br/gaz/blogs/geracaogaz/a-tv-nao-vai-acabar/
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-04-27/ibge-pela-1-vez-domicilios-brasileiros-tem-mais-tv-e-geladeira-d.html
http://www.cetic.br/
http://brasillink.usmediaconsulting.com/2013/05/perfil-do-internauta-brasileiro-medio/