9.16.2013

Eu vejo rostos em todos os lugares!

Sabe aquela sensação de enxergar rostos em quase todos os objetos que vemos? Nos faróis dos carros, nos corrimões, na caixa de leite, na torneira... enfim, em uma infinidade de lugares? Pois é, isso tem um nome. E muito mais que um nome, por vezes esse fenômeno faz parte da estratégia para a concepção, desenvolvimento e design de um produto.


Pareidolia é um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido como algo distinto e com significado. O maior exemplo de todos é reconhecer objetos no formato das nuvens. Em carros isso também é mais do que batido. Recentemente a consultoria EFS, com o apoio de antropólogos das universidades de Viena e de Chicago, realizou uma pesquisa para saber a relação entre o consumo de carros e o seu design. Além de comprovar que os consumidores identificam sim os rostos humanos nos carros, a pesquisa também apontou uma preferência para os automóveis sorridentes! Quanta alegria...

Se você levar à risca esse conceito, por que não utilizar a estratégia também na concepção de logos e materiais de comunicação? Já tem um pessoal por aí que engatou a ideia e segue produzindo coisas do tipo. Por vezes as comparações podem ser exageradas, mas se olharmos com atenção, elas dizem algumas coisas nas entrelinhas, não?



Muitas pessoas dizem que a chaleira acima da jcpenney remete a um dos ícones da história mundial. Você já sacou quem é? Faz um esforcinho aí... Por que cargas d’água alguém atrelaria sua marca, ou produto, a um dos maiores – se não o maior – ditador sanguinário da nossa história? Hitler seria mesmo um bom garoto propaganda? Sinceramente, eu vejo sim o rostinho adorável dele no produto. A alça da chaleira me lembra aquele cabelinho lambido jogado para a esquerda e a tampa remete ao seu bigodinho style. Não dá para saber se foi estrategicamente pensado, mas eu que não usaria uma chaleira com a cara desse cidadão para tomar o meu cafezinho matinal!

Outro exemplo, totalmente intencional e parcialmente forçado, é o anúncio da linha colorida da Tramontina. Toda arte foi desenvolvida em objetos brancos, sem graça, mortos e, ainda por cima, a composição deles forma um rosto triste. Que dó, cara! Por isso, use a linha colorida (estilo Romero Brittto) da Tramontina. Uhuuuul! Acho a proposta legal, mas um tanto quanto forçada!


Como eu disse, tem uma galera indo a fundo na Pareidolia. Um grupo de designers alemães está procurando por todo o planeta, com o auxílio de satélites, imagens de montanhas e colinas que tenham alguma semelhança com rostos humanos. Com a ajuda do Google Faces, um programa desenvolvido para escanear essas grandes formações naturais em variados ângulos, os caras já estão pirando na ideia de encontrar o rosto perfeito por aí!

Enfim, a Pareidolia é sensacional. Eu realmente curto esse tipo de coisa. Fora do mundo da comunicação, publicidade e afins, esse fenômeno é sensacional quando se trata de obras de arte. Tanto em quadros, quanto em esculturas, muitos artistas utilizam essa “estratégia” para compor um trabalho. Talvez eles sejam boas fontes das quais os designers e criativos da vida possam beber!

GUILHERME Azevedo
Atendimento e planejamento da LB Comunica,
violonista de 7 cordas, sambista e palmeirense

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