9.01.2014

Publieditorial: like ou dislike?

Não é de hoje que ouvimos falar do poder das redes sociais. É blogueiro dando furo antes de grandes jornais, é usuário do Facebook antecipando notícias e vídeos antes das tradicionais emissoras, é perfil no Twitter fazendo cobertura em tempo real de eventos... É, na real, uma grande inversão de papéis.

Lembro-me de quando criei meu primeiro blog, mas muito mais atento ao design do canal do que ao seu próprio conteúdo, ele acabou indo para o beleléu! Não me importava em buscar novas informações, em ser ativo na produção de conteúdo, apenas queria que ele tivesse um layout maneiro e chamativo. Acabou morrendo vazio e oco de conhecimento!

Como muitos dizem por aí, o que faz o sucesso ou não de um blog é o seu conteúdo. Posts investigativos, análises pertinentes, busca por informação útil podem ser parte de uma boa receita para o seu canal deslanchar. Mas aí você se pergunta: por que cargas d’água eu estou falando tudo isso? Vou explicar!

Você costuma fazer pesquisas antes de adquirir um bem de consumo de alto valor agregado? Se sim, por onde começa essa pesquisa? Vai para o site oficial do produto ou busca informações com pessoas que já compraram? Grande parte das pessoas escolhe a segunda opção e, por isso,  acaba encontrando os famosos blogs.

Blog de tecnologia, moda, gastronomia ou qualquer coisa que o valha, o simples fato de os posts serem assinados por alguém de carne e osso já transmite uma certa credibilidade. Isso porque pessoas tendem a confiar mais em pessoas com as quais têm afinidades do que em grandes corporações.


As agências e seus clientes, cientes da situação, passaram a utilizar estratégias de publieditorial, que nada mais é que post pago. Como assim? Isso mesmo, na maioria das vezes, as marcas dão uma grana para o blogueiro publicar alguma notícia sobre um produto ou ação. Por lei, esses posts precisam ser identificados por alguma tag ou categoria.

Mas e aí, isso é correto com o leitor? É certo o blogueiro se vender assim? E como fica a credibilidade do blog? Na minha opinião, não vejo problema algum com posts pagos. Na verdade, é um investimento bem interessante para a marca, já que ela consegue segmentar seu público de interesse, diferentemente das mídias de massa. Pelo lado do leitor, cabe a ele decidir se vai ler ou não o post pago.

Quando eu digo pago, essa moeda não precisa ser, necessariamente, “pratas”, “bufunfas” ou barras de ouro. Há cases bem interessantes de lançamento de produtos em que a marca resolveu “presentear” alguns blogueiros com a novidade a ser lançada. Em tese, a marca está investindo uma grana nesses caras, afinal, toda produção tem um custo, certo? Contudo, é um pagamento mascarado: por um lado, o blogueiro fica feliz em receber o presentinho e, por outro, a marca também sai bem na fita pois muitos blogueiros publicam um post convencional para comentar sobre o que a marca fez por eles, não sendo classificado como um publieditorial. Bacana isso, não?

Daí a coisa começa a se desenrolar de uma maneira mais sutil e o relacionamento se firma. Pensa só: se o blogueiro tem uma grande relevância na blogosfera e esse começa a desenvolver uma “história de amor” com a marca, ele pode ser um grande parceiro de marketing, não? Todo cuidado é pouco quando vamos tratar com os formadores de opinião, mas, a aproximação deles é algo só alguns conseguem. O lance é ter um bom approach e não forçar a barra!


GUILHERME Azevedo
Assistente de Criação da LB Comunica,
violonista de 7 cordas, sambista e palmeirense

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