6.29.2017

Eu, euzinha, eu mesma? Não tem uma música parecida, ou algo assim?


Sem qualquer viés ou opinião política, a favor ou contra qualquer partido, se o ministro da Fazenda, o cabeça da pasta responsável pela arrecadação, pelo combate à sonegação, aparece na imprensa dizendo que tem conta não declarada no exterior, o que sobra para falarmos de exemplo? O que deixamos para as próximas gerações, senão as experiências que devem ou não devem ser repetidas? Que ensinamentos vamos passar? Qual será o nosso legado?

Esse é só um caso, citado aqui por ser atual. Temos tantos outros, sem vergonha, sem arrependimentos.

O que faz um pontinho na multidão? Eu posso fazer alguma coisa? Somos influenciadores — pegando emprestado o termo disseminado pelo LinkedIn? O que estamos comunicando aos nossos potenciais “influenciados” ou “influenciáveis”? Somos exemplos? Que tipo de exemplos?

Uma criança que vê um professor que se comporta como se tivesse a mesma idade dela — e vivência —, que não a escuta, que fala palavras de baixo calão ou mesmo que fala errado, o que pode pensar? O que vai reproduzir na vida adulta, como vai lidar com pessoas? Como vai se comportar hoje mesmo em relação a adultos e a outras crianças?

Um filho que vê o pai brigando no trânsito, agredindo qualquer pessoa, verbal ou fisicamente, como vai reagir quando algo semelhante acontecer com ele? Que palavras vai escolher?

Uma mãe que faz o filho esperar até que ela acabe seu joguinho ou sua troca de mensagens pelo celular tem como conseguir uma boa comunicação?

Um coordenador que diminui ou desrespeita a contribuição de alguém de sua equipe espera que tipo de retorno?

Um treinador que sempre usa as palavras para rebaixar, acabar com a moral do time, consegue mostrar que acredita em seus atletas?

Um mundo que já é e ficará cada vez mais conectado, em que as trocas de opiniões e experiências são feitas em tempo real e potencialmente visualizadas em todo o mundo, merece um cuidado maior com a comunicação. Tirada da bainha, a palavra pode ser uma espada. Cuidando dela e do exemplo que queremos deixar, nem que seja para influenciar só mais uma pessoa, quem sabe faremos a diferença?

ADRIANA Gordon
Coordenadora de redação da LB Comunica,
advogada e mãe em tempo integral

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