Já cansei de ouvir em programas jornalísticos nas rádios: “a prefeitura decidiu, aí, limpar a praça...” ou “a agência x é a nova contratada para, aí, fazer a campanha da empresa y”.
Para que o “aí”? Se ele for omitido, fará alguma diferença na frase? São colocadas estas muletas sem função, sem nenhuma conexão com o significado real da palavra aí, que poderia se referir a um lugar determinado, ou mesmo à expressão “daí”, que teria a função de indicar uma consequência, algo que daria a ideia de causa e efeito.
Não é isso que acontece. Ela aparece solta, no meio da frase, uma pausa perdida, sem a elegância simples da vírgula.
Se pudéssemos escrever antes de falar, talvez fosse mais fácil evitar esse problema. Mas, como isso não é possível, resta-nos o treino, o condicionamento físico de nossa comunicação verbal para conseguirmos, cada vez mais, aliar a clareza de nossas mensagens ao uso correto do idioma. Sem frescuras, sem exageros, só um amor pelo bom português.
ADRIANA Gordon Coordenadora de redação da LB Comunica, advogada e mãe em tempo integral |