4.02.2014

Videogames: de brinquedo à mídia mais abrangente do momento

Game é cultura”. Palavras de Marta Suplicy, nossa Ministra da Cultura, durante a Campus Party 2014. No entanto, muitos devem saber que há algum tempo a Ministra havia dito exatamente o contrário, afirmando que games não são cultura. Sendo assim, o benefício do Vale Cultura não poderia ser utilizado para compra de games, certo? É claro que alguém deve tê-la informado que, em 2012, o Brasil movimentou 1 bilhão de reais e passou à frente do Reino Unido no mercado de games global. É ministra, abra o olho que esse negócio vai longe.


Um ponto importantíssimo sobre o panorama atual do videogame é que há muito deixou de ser uma plataforma para se jogar games meramente divertidos e fantasiosos, como Pac Man e Super Mario Bros. Esses antigos jogos ainda estão por aí, mas o que faz do videogame uma mídia forte o suficiente para fazer frente até mesmo à TV e ao cinema é o fato de que ele proporciona a vivência de histórias superinteressantes e com personagens verossímeis.  O game The Last Of Us, por exemplo, bateu recordes memoráveis de vendas por trazer personagens extremamente humanos ao universo típico de apocalipse zumbi, fazendo inveja a qualquer grande roteiro de produções “Hollywoodianas”. A repercussão foi tão grande que agora vai virar um filme para apresentar toda essa riqueza à galera que não joga videogames.

Outro exemplo é o game que sairá nesse ano, chamado This War Of Mine. É um jogo de guerra com uma proposta bem diferente que está sendo desenvolvido pela 11 Bit Studios. Ao invés de colocar o jogador no papel do soldado, como milhares de games já fizeram, o objetivo aqui é que o jogador seja um civil em meio ao caos da guerra.


E não é só questão da narrativa mais elaborada não! A tecnologia do videogame também tem sido aprimorada a níveis muito mais abrangentes. Os consoles da geração anterior, tanto da Sony quanto da Microsoft, já apresentavam características que os tornavam centrais de entretenimento, sendo capazes até de acessar a internet, reproduzir vídeos, músicas e tocar DVD`s e Blu-ray`s. O novo Xbox One oferece até um rico canal para desenvolvedores independentes divulgarem seus próprios games, incentivando assim a produção de jogos com mais liberdade criativa.

O Oculus Rift também é uma tecnologia que vem chamando bastante atenção. Trata-se de um visor que permite ao jogador uma experiência mais rica em termos de entretenimento. Tem um vídeo bem legal de um cara jogando um game de horror chamado Alone In The Rift, no qual mostra o nível de imersão que esse equipamento pode proporcionar. Saquem só que maneiro:

  
Já imaginou ir ao cinema e “entrar” no filme? Maneiro, né? Dá até para se sentir no videoclipe de Californication do Red Hot Chili Peppers. E quanto a dar um “rolê” por qualquer lugar do mundo utilizando o Google Street View com esses óculos? E passear por outros mundos? Recentemente a Google lançou um mapa virtual da Terra Média para a campanha de lançamento do filme “O Hobbit – A desolação de Smaug”. Com essa ferramenta virtual é possível visitar as principais localidades do mundo fictício de Tolkien, quase como se fosse real. E as possibilidades são infinitas. Com robôs da Nasa patrulhando outros planetas, nós já temos uma rota turística espacial que poderia ser vivida por qualquer um com equipamento adequado. Já se imaginou passeando por Marte sem sair do seu sofá? Pois é, o Mark Zuckerberg deve ter imaginado, porque o Facebook comprou a Oculus VR, empresa que faz o Oculus Rift.

Os videogames podem até ter começado com o simples intuito de divertir e fazer com que o jogador pudesse fugir da realidade por algum tempo, mas se você for ver como as principais mídias sociais começaram, e o que elas são hoje, dá pra entender como essa plataforma evoluiu tanto e imaginar até onde ela pode chegar. Dá até para imaginar aquele sistema de sexo virtual que vimos entre Sylvester Stallone e Sandra Bullock no filme “O Demolidor” se tornando real. Não que isso seja maneiro. =]

MARCELO Rodrigues
Assistente de criação na LB Comunica
e apaixonado por games, HQs, filmes e seriados

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