O que você pensaria se alguém chegasse e dissesse que você poderia ganhar novos 45.606.048 clientes imediatamente, só no Brasil?
Por que alguém se daria ao luxo de desperdiçar quase 24% da população do País, tantos potenciais consumidores de produtos de bebê, roupas, sapatos, serviços de consultoria, de estética, de arquitetura, de tudo?
Parece coisa de maluco, né? Mas isso ocorre todos os dias.
Fornecedores de tudo isso, sejam pessoas físicas ou jurídicas, deixam de se comunicar com o público portador de deficiência, ou seja, não se preocupam em fazer com que sua mensagem seja entregue a esse consumidor.
O exemplo mais fácil de entender é a falta de anúncios feitos para o deficiente visual (leia mais sobre isso em http://lbcomunica.blogspot.com.br/2015/06/como-fazer-uma-comunicacao-acessivel.html), mas estamos chamando a atenção para todos os tipos de deficiência – intelectual, motora, auditiva... Como será que aquilo que você quer transmitir chega até esse potencial cliente? Se a mensagem não chega ou chega com “defeito”, errada, pela metade, não há comunicação.
Além da questão da mensagem, o próprio acesso à imensa maioria dos estabelecimentos é restrito: degraus na porta de lojas, restaurantes, salões de beleza, falta de piso tátil onde ele é necessário, ausência de orientação.
Tudo isso limita o direito de essas pessoas participarem do mercado, de consumirem. Esse impedimento inclui também outras milhares que detêm alguma dificuldade temporária, como gestantes, pessoas com carrinhos de bebê, idosos e acidentados, com mobilidade reduzida.
Esses são aspectos econômicos sobre o tema. Trago hoje para discussão porque já ouvi reclamações contundentes e inconformadas de quem tem deficiência, do sentimento de ser deixado do lado de fora do mercado de consumo.
Nessa semana que reúne a Virada da Mobilidade (de 19 a 25 de setembro) e o Dia Nacional de Luta dos Portadores de Deficiência (21 de setembro), vamos lembrar também e sempre os aspectos humano, social - e de justiça: o direito de acesso de todos a todos os lugares. Aqui na LB isso é uma preocupação nossa!
Fontes de pesquisa: Cartilha Censo 2010 e ONU
| ADRIANA Gordon Coordenadora de redação da LB Comunica, advogada e mãe em tempo integral |  |
