Tudo começa bem. Parece que nossas crianças, quando iniciam o aprendizado da fala e, posteriormente, da escrita, trilham o caminho certo. As letras, as sílabas, as palavras vão surgindo e, de repente, estão se comunicando melhor, ouvindo e contando histórias.
O que acontece alguns anos depois é um verdadeiro mistério. Realmente me preocupo com nossa turma dos 16 aos 20 anos – e redondezas! Outro dia, não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Um professor perguntava a um grupo de meninas, recém-saídas do ensino médio para a faculdade, a respeito de suas trajetórisa em determinado esporte que haviam praticado. Nenhuma delas foi capaz de contar sua própria experiência com começo, meio e fim.
Tristeza em face das frases curtíssimas, formadas com cinco palavras, no máximo, monotonia diante das frases iniciadas todas com a mesma palavra, “daí”. Saudades de sujeito, verbo e predicado, coisas que pareciam chatas nos tempos de escola.
Aí está: vamos começar uma campanha em prol das histórias com começo, meio e fim! Será preciso investir em treino, suor e, quem sabe, lágrimas, com muitas páginas descartadas. Mas o que restar ao final terá grande valor! Avante!
ADRIANA Gordon Coordenadora de redação da LB Comunica, advogada e mãe em tempo integral |