10.13.2014

Picasso não! Quero ser Da Vinci

Nenhum reconhecimento é o bastante para a geração Y, ao menos não por muito tempo. A nossa querida Su escreveu um post há um tempo falando um pouco sobre essa galera, mas ela só citou as coisas bacanas e eu quero falar um pouco sobre um fantasma que assombra essa geração e das ferramentas de tortura tecnológicas que nos definem.

Recentemente, resolvi me dedicar a um dos meus milhares de projetos pessoais engavetados. Trabalho com o que eu gosto, mas trabalho é trabalho e se você usa aquilo que você ama apenas para ganhar dinheiro logo estará deixando isso de lado e perdendo a vontade de se aprofundar num assunto que outrora te fascinou. Enfim, estava lá, de boa, curtindo criar pela beleza de criar quando comecei a pensar “Pô, peraí, eu trabalho com propaganda e meu hobby é desenhar e escrever quadrinhos. Sou muito inútil pra humanidade!”.


Não, não sou só eu que penso assim, conversei com um bocado de gente e descobri vários brothers com esse mesmo vazio em suas almas moderninhas. Minha insatisfação com relação ao meu projeto inexistente de tornar o mundo um lugar melhor passou rápido. No segundo papo que tive fui, aconselhado e pensar em uma forma de unir meu passatempo a alguma ação social. Adorei essa sugestão e, desde então, tenho pesquisado pra ver onde consigo aplicar isso.

Insatisfação sempre foi o que me moveu a fazer alguma coisa realmente significativa. Aquela goteira chata ecoando na sua mente que me faz levantar e ir até ela nem que seja só para olhar para o chão e para o teto, para o teto, para o chão e bravejar alguma coisa. “Faça alguma coisa sobre isso, qualquer coisa, mas faça e faça rápido antes que seja tarde!” esse é o grande lema de um bocado dos Millennials, ao meu ver. A parte chata é que no final das contas nós estamosstartando tantas coisas que acabamos não desenvolvendo nada; ou estamos tão preocupados em garantir uma enxurrada de likes que nunca saímos da fase de planejamento.

Mas no quinto papo que eu tive sobre isso, alguém chamou minha atenção para um ponto interessante: não sou eu quem define o grau de utilidade que minha mente tem para o mundo. Com o tempo,  mundo mesmo vai dizer qual foi minha contribuição. Qual foi a sua contribuição. Quais foram as nossas contribuições. Tipo nesse velho caso:



Cara, é só o Facebook. É só a ferramenta que eu uso para tentar um segundo encontro com a guria que conheci no happy hour. É só a ferramenta que você usa pra ganhar uns likes na sua selfie e suprir  suas necessidades de atenção. E mesmo sendo só isso consegue fazer coisas tão maneiras.

As possibilidades são tantas e os caminhos tão distintos que, às vezes, essa busca pelo sentido da vida, do ser e do estar acabam nos angustiando. Não por termos preguiça de experimentar todas essas rotas, mas por querermos atingir 1 bilhão de pageviews mais rápido que o Psy. O lance é absorver todo o conteúdo que pudermos e devolver ao mundo o melhor que conseguimos, contribuir  no que pudermos, ao maior estilo Brad Pitt no final de World War Z.

MARCELO Rodrigues
Assistente de criação na LB Comunica
e apaixonado por games, HQs, filmes e seriados

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