É notório que as mudanças na sociedade nos transformam. A cada ciclo de anos, quando fazemos o bom exercício de relembrar o passado, percebemos o quanto o nosso repertório de ideias, valores e princípios foi alterado ou ampliado em função das novas “regras” que a sociedade atual impõe em cada um de nós.
Por mais que alguns valores e princípios permaneçam inalterados, outros mudaram ou foram incorporados ao conjunto de ideias que forma a nossa personalidade. Exemplos dessas mudanças sentimos quando — muito comum hoje em dia — vemos que um determinado tipo de pensamento ou ponto de vista, para nós, está errado por estar atrasado ou “fora de moda”.
A evolução da sociedade, seja comportamental ou tecnológica, altera a nossa forma de viver, ditando o que a gente veste, o que come, os momentos e as formas de lazer, como agir em certas situações, como cortar o cabelo, como nos informamos, etc. Estas transformações cíclicas e imparáveis também formatam e impactam em uma nova maneira de escrever, principalmente quando temos que elaborar os chamados “textos temáticos”, ou seja, aqueles direcionados a um tipo específico de leitor, por exemplo, crianças, idosos, a comunidade LGBTQI+, entre outros.
Seja no jornalismo ou na publicidade, os textos temáticos são personalizados e com frases que buscam aproximar o leitor da sua realidade ou necessidade. Por força de criar essa relação de intimidade e empatia, estes textos, muitas vezes, são difíceis de se escrever, ainda mais se o autor não vive ou participa da realidade das palavras que pretende colocar no papel (ou na tela do computador).
Cometer um deslize, colocar conceitos errados e/ou preconceitos quando se escreve para um tipo de público, infelizmente, são atos bastante comuns. A publicidade, por exemplo, está recheada de cases de campanhas e textos que não foram bem recebidos pelos públicos-alvo e em geral, ao contrário, de tão criticados tiveram que ser alterados ou mesmo excluídos.
Felizmente, com bastante cuidado e uma confiável fonte de pesquisa é possível não cair nas armadilhas intrínsecas aos textos temáticos. Se mesmo para aqueles textos da rotina são importantes as referências, nos direcionados a públicos específicos torna-se, de fato, primordial e imprescindível. A releitura apurada e a opinião de outras pessoas também são válidas. E, claro, uma boa dose de senso crítico: “será que essas palavras podem, de alguma forma, ofender alguém?”
Em uma sociedade ávida pela luta por direitos, entender como se comunicar de forma clara, correta e precisa com seu target é essencial para que o seu texto atinja de forma qualificada o seu objetivo. Seja em uma campanha publicitária ou em uma sugestão de pauta para jornalistas de nicho, lembre-se sempre do seu público-alvo. Ele será o seu feedback.
Como diria o filósofo grego Heráclito, “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”.
MARCOS Vargas Redação e Assessoria de Imprensa na Lb Comunica, Rockeiro e palmeirense, fã de livros biográficos e sobre política |